Perfume
Como seria a intenção sem o medo da duvida.
Ainda que por só embriagado na retina de teus olhos, eu temeria.
Mesmo que houvesse certeza, meu coração seria frio a lembrança.
Indomável escravo da vida, sedento, faminto, brinquedo favorito da dor.
Línguas eis de falar em nome do silencio de um olhar.
Ardente desejo sem culpa e sem nexo de emoção fria.
Um segredo vendido? Pela lagrima derramada quero um amor sem culpa.
Não quero outro cálice, quero a boca e o suor quente.
Quero o doce amargo do perfume que instiga a língua.
Teu conforto, meu desejo do amanhecer, meu sol de inverno.
A duvida e melhor do que a certeza vazia, a ilusão pode ser doce.
Revivendo a inocência, trazendo um sentimento desconhecido ao desejo.
Vejo tudo que sempre quis junto à imensidão de um mar de decisões baratas.
Seu perfume quero provar, quero embriagar-me no calor dos teus braços.
Nem que seja por uma vida.
Cristiano Munhoz