quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ela
Se fosse simples não chamaria amor, chamaria roubo.

Se soubesses tudo, talvez a virtude derramasse seu ódio contido.

A inocência te traria medo e meu desejo engano de tolo, a fraqueza e sempre a fortaleza do covarde, e a segurança seria a própria dor, misérias e migalhas pra te prender, o desconhecido ofuscado pelo mistério de um surdo.

Prefiro me entregar a qualquer idéia vaga que traga bonança e contradição comprada, o grito contido pode causar engano a quem ama, e a boa intenção pode ser meu fim.

Prepare a cena por que quero ver o ridículo insistente, quero toda dor que for minha, perdão se não for sincero e só vaidade.

A força da paixão arruína corações solitários, arrebenta toda possibilidade de suprir carências de um amor santo, tão esperado e tão impossível, mesquinho como um deserdado.

Fico com a saudade e você com a indiferença do destino inventado, aceitação e fraqueza mascarada de conveniência.

Teu mel meu néctar de perfume derretido e retido num tecido de seda na alameda de sal, não faz mal, só quero você.

Amor não se explica se sente, o amor provoca, conforta, e abre a porta do mistério de um beijo.

Cristiano Munhoz

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